Vincent na Chatuba

Na tarde de terça-feira, 9 de dezembro de 2014, o fotógrafo Vincent Rosenblatt concedeu esta entrevista, entrecortada por baforadas de cigarros Nat Sherman, enquanto preparava o ateliê para, à noite, receber colecionadores e marchands.

Na tarde de terça-feira, 9 de dezembro de 2014, o fotógrafo Vincent Rosenblatt, que acabara de chegar de Miami, concedeu esta entrevista, entrecortada por baforadas de cigarros Nat Sherman, na área de serviço do apartamento em Copacabana, enquanto preparava o ateliê para, à noite, receber colecionadores e marchands.*

C.P. — Você frequentou o baile da Chatuba em que época?

V.R. — Conheci o baile da Chatuba em 2005, no início de minha jornada no Funk, muito antes de travar contato com o Byano. Houve um show do Bonde das Tchuchucas no Boqueirão do Passeio. Simpatizei e elas me convidaram para fotografá-las, fazer um ensaio na Vila Cruzeiro, na laje de uma. Fiz uma foto das quatro pulando, dançando na laje, importante para mim até hoje. Isso foi num sábado. À noite havia o baile da Chatuba. A memória do caso Tim Lopes estava mais presente, mas as meninas — Elaine, Aninha, Cris, Dani — decidiram me apresentar à autoridade local. Chegamos lá e me levaram ao […], que muito naturalmente me disse não haver problema em fotografar o baile. Já de início, porém, eu sentia nos olhares que era uma imensa surpresa um fotógrafo ali. Nessa época, a brincadeira do pessoal, quando me cumprimentava nos bailes, era apertar-me a mão e exclamar: “E aí, Tim Lopes, tudo bem?”

Bonde das Tchutchucas, na Vila Cruzeiro, foto de Vincent Rosenblatt, 2005

O Bonde das Tchutchucas na Vila Cruzeiro sábado, 28 de maio de 2005, foto número um do acervo publicado de Vincent Rosenblatt.

C.P. — Só na Penha?

V.R. — Não, em todos os lugares. Na cabeça do pessoal, fotógrafo de baile funk era só para falar mal, para denegrir. Era difícil construir uma imagem positiva. Tentei fotografar um pouco, me ambientar ali, mas à medida que o baile enchia, as meninas do Bonde começavam a ficar receosas, e assim, resolveram por precaução que seria melhor sair. Senti uma tensão muito forte no ar, mas também a satisfação de poder estar lá, mesmo sem foto marcante. Bem depois, fiz exposição na Ôi Futuro, quando estava muito próximo ao Lango — o DJ Lango Vida Loka, empresário do MC Tan.

C.P. — Ah, do Tan e Cula.

V.R. — É, mas depois foi mais do Tan. Agora ele está com o Duduzinho.

C.P. — O Tan e Cula são de onde?

V.R. — O Tan é da Mineira, e o Cula, da região da Cruz Vermelha. O Cula, que não estava mais com eles, também me ajudou muito, em particular no Fogueteiro: me levou até lá e me pôs a fotografar o baile. Ainda me apresentou às autoridades locais e me apadrinhou em Santa Teresa.

Lango veio trabalhar todos os dias em minha casa em Santa Teresa durante um ano. Fazia seus contatos por Messenger, Orkut — na época — e rádio Nextel. Fechava os bailes e eu podia vê-lo operar, saber como funcionava a economia do Funk. Ao falar por Messenger com um DJ ou MC de comunidade, ele aproveitava para me colocar na fita. E já em 2006 me apresenta ao Byano, que conversa comigo, me convida para a Chatuba por dois anos. E eu sempre: “Ah, eu vou!”, “Vou, sim!” Mas não sei se estava com receio ou muito ocupado no Complexo do Lins. Byano via as fotos da Árvore Seca lotada, que surgiam no Orkut e depois no Face: “Poxa, você sempre vai ao Lins, tem que vir conhecer a Penha!”, “Quando você vem à minha comunidade?”

Acho que demorei dois anos para, lá por meados de 2008, tomar coragem. Um belo dia: “Então, hoje vou!” Peguei um táxi, cheguei lá, me orientei, e perguntei a uma rapaziada onde encontraria o Byano. Embora fosse cedo e o baile ainda estivesse vazio, ele já estava à mesa do DJ. Me abraçou, me levou ao camarote, e me apresentou ao […], que logo falou: “fica à vontade, tá em casa.” Teve início um período em que fui regularmente à Chatuba, quatro ou cinco vezes, talvez um pouco mais. Teria de olhar meu acervo para dizer. No dia em que tomei coragem, já que era para fazer isso, levei tripé e câmara de grande formato. Quando o […] falou “fica à vontade”, eu disse: “se é pra ficar à vontade, vou instalar meu tripé aqui no camarote pra fotografar a multidão de cima”.

C.P. — E você fez isso?

V.R. — Fiz. E uma coisa de que gostei na Penha. Em muito baile sempre tem soldado novinho, sem saber que tenho carta branca. Vem me encher o saco, quer me levar até a boca para desenrolar, acha que encontrou o novo Tim Lopes e vai subir na hierarquia porque descobriu o infiltrado. E estou muito óbvio. Minha técnica de ser no baile é estar com câmara, flash no meio de todo o mundo. Não preparo emboscada, não estou escondido, não tenho câmara oculta: estou, por assim dizer, como o nariz no rosto, bem visível, e francamente, obviamente detectável. Na Penha podia haver vinte, cinquenta fuzis à volta. Ninguém jamais duvidaria que, se eu estava no meio, havia uma boa razão para isso: eu era de confiança. A confiança é o capital que você constrói nas comunidades. Eu havia aprendido isso com o falecido Doutor, da Árvore Seca.

C.P. — Você o conheceu quando?

V.R. — Em 2005. Lango me apresentou ao DJ Pernalonga, regente do baile da Árvore Seca, muito falado na época. Pernalonga imediatamente me convidou pra fotografar na Árvore Seca. Ele, como muitos outros DJs, entendeu a força da imagem: ter fotos bonitas do baile para ajudar a enchê-lo, fazer dele um sucesso, dar fama. A parceria começou assim. Ele me levou até lá, me apresentou ao Doutor, já com certa idade. O Doutor: “é só não nos fotografar, não fotografar as armas, e você pode se sentir em casa.” E me senti mesmo. Ao final, fui até ele perguntar se queria ver as imagens. Vira e mexe aparecia uma foto com armas, uma foto qualquer mesmo, de não importa qual lugar, antiga, e o jornal O Dia ou O Globo estampava como foto do baile tal: “bandidos empunham armas no baile”.

Equipe Pernalonga no baile da Árvore Seca, Complexo do Lins, 2005

Equipe Pernalonga no Baile da Árvore Seca, Complexo do Lins, fotografada por Vincent Rosenblatt domingo, 11 de setembro de 2005.

C.P. — Eles pegam de qualquer lugar.

V.R. — Eu logo pensava: “se sai uma foto dessas, que ninguém imagine ser minha!” Fui direto ao Doutor, alta madrugada: “Estou indo embora, você quer olhar as fotos?” Ele me fitou: “Olhar, pra quê! Você não me deu sua palavra? Confio em você. Não quero ver nada, não.” Era quase uma falta de respeito minha querer comprovar que cumprira a palavra. É uma civilização da palavra dada. E foi assim na Chatuba. Ninguém jamais quis ver minhas fotos depois de entrar ou sair. Sinto-me grato por ter podido acompanhar os tempos áureos do Maracanã do Funk.

C.P. — A pergunta é da Adriana Facina: o que tornava o Baile da Chatuba especial?

V.R. — Você chegava na Chatuba, era outro país. A gente não estava mais no Rio de Janeiro, no Brasil. Era um espaço, não sei como explicar. Seria a alegria particular do povo da Penha? Era um caldo de vários fatores que dava certo. Uma incubadora de MCs que estourariam depois: Smith, Max, Orelha, outros. Excelentes DJs: o Napô — DJ Napô da Pitbull — e o Byano, que estourava todos os sucessos, produzidos para o baile e nele testados. Talvez a personalidade dos bandidos do momento, muito festeiros. A mistura da favela com globais: às vezes esta atriz, aquele ator. Jogadores de futebol: o Adriano, que morava perto e não deixava de se divertir. A pessoa sabia que podia ir e jamais alguém mexeria com ela. E o povão funkeiro, pra dançar até se acabar. O baile ficava muito lotado, a quadra parecia pequena, e nunca uma briga! Havia uma harmonia coletiva no caos organizado.

“Chatuba, terra de Sílvio Santos”, do MC Orelha, produção do DJ Byano, apareceu no Youtube e no 4shared em 17 de julho de 2009, antes de sair como vigésima segunda faixa do CD Níver do FB, do DJ Byano, em 27 de julho de 2009.

E havia rituais. Em dado momento Byano lançava uma paródia funk da música do Silvio Santos, “Quem quer ganhar dinheiro?”, e todos os olhares do povo da Chatuba convergiam para o camarote. Durante a música o […] e os outros jogavam notas de cinquenta, de cem, muitas, para o povo. Essa chuva de dinheiro era o momento de alegria coletiva. Todos pulavam, tentavam agarrar uma nota.

A Chatuba era uma grande festa de certa generosidade, sem opressão, com muita alegria, muito respeito, e uma energia coletiva inacreditável. Era o condado da Penha, o condado do Complexo, era o principado. Você está na França e vai entrar em Mônaco ou passa para Luxemburgo. Era um paraíso, não fiscal, mas emanava uma energia em contrapartida à opressão que pode reinar nas comunidades ou na cidade. Era um espaço de liberdade de expressão, de dança. Era uma coisa particular, uma aura que raramente vi em outro lugar. Hoje o baile já não existe. Parte dos protagonistas morreu ou está presa. Espero que consiga reinventar-se em tempo de UPP, mas não sabemos.

Vincent Rosenblatt, baile da Chatuba, 2009

A foto mais popular do baile de maior prestígio, domingo, 9 de agosto de 2009, por Vincent Rosenblatt, reproduzida em blogs, redes sociais, canais do Youtube e contas do Soundcloud.

C.P. — Como você vê as transformações do mundo funk desde que começou a frequentá-lo? Haveria fases, ciclos?

V.R. — Há ciclos de opressão e resistência, de repressão e retomada. Já desde 2005, mesmo os donos de baile do asfalto estavam muito preocupados com a ideia de alguém fotografar, de uma fotografia deturpar o local e ser utilizada na imprensa. Lembro aquela capa horrorosa d’O Dia, “O Funk do mal”, com as fotos de todos os melhores MCs do momento, que atrapalhou as carreiras de gente como Cidinho, Sabrina, todos, culminando na prisão dos MCs. Foi absurdo porque a polícia, o batalhão da Penha, ganhava tanto dinheiro para permitir esses bailes! A imprensa perseguia os mensageiros: é melhor matar o mensageiro do que quem provoca o problema. Nessa jornada toda, os bailes oscilaram, já antes das UPPs, entre alegria e festa, e destruição pela invasão do Bope, do caveirão, da polícia, que não recebia propina suficiente. Já havia incerteza. E a UPP é o progresso do silêncio, da “ordem”.

Jornal O Dia, 30 de setembro de 2005

Detalhe da manchete infame de capa do jornal O Dia, em 30 de setembro de 2005, antevéspera da estreia, em 2 de outubro, do documentário Sou feia mas tô na moda, de Denise Garcia, no cine Odeon, durante o Festival do Rio.

Eu estava em Miami na semana passada e levaram-me para conhecer os redutos do Miami Bass, de certo hip-hop da Costa Sul, do 2 Livre Crew. Até hoje são guetos. Eles chamam slums, como se fossem favelas, mas têm condições bem melhores que as das favelas do Rio. É mais uma incubadora de MCs, de bondes. Há dificuldades, mas são econômicas. Ninguém vai impedir esses caras de ganhar a vida, de ter o reconhecimento do público, de trilhar seu caminho na indústria musical. Existe a cena. E as palavras, as letras, são sexuais ou guerreiras. Tive um insight: se você olhar o clip de 1989 ou 1990 de “Me So Horny”, do 2 Livre Crew, é Putaria pura: chupar o pau, chupar o cu. É a Putaria carioca exata. O clip tem seguranças de metralhadora, de fuzil ao redor da piscina onde as beldades nadam. E os caras ganharam a vida, salvaram suas vidas, fizeram seus nomes, são referências mundiais. Aqui temos talentos iguais ou maiores, mas estão massacrados entre proibição e campanha negativa de imprensa, prisão. Existe o mesmo potencial. Equipe de som, nem tem em Miami. É uma riqueza incrível, uma acumulação de capital na forma de caixas de som. Quando os americanos veem isso dizem: “seria impossível aqui, deve custar os olhos da cara!” Há essa riqueza aqui.

Você compara duas vertentes da diáspora afro-americana. Numa, apesar do racismo, apesar do gueto, apesar de tudo, liberdade de expressão: os caras puderam e podem trilhar seu caminho. E aqui é mediante autorização, por debaixo dos panos, refugiados na Internet, no Youtube, no Soundcloud, mediante aceitação da elite. É muito complicado. Já é complicado ser artista, viver de sua arte. Mas se um Estado todo, uma sociedade se liga para tornar tudo muito mais difícil e impossível! Eu acho que os americanos não têm noção do problema da dificuldade de liberdade de expressão e da opressão que reinam aqui. Imagine sua block party receber a visita de um blindado da Força Nacional, os policiais metralharem suas caixas de som, botarem todo o mundo pelado no frio, espancarem alguns. Veja Ferguson: um policial mata um jovem negro, o país está a sangue e fogo. Aqui, todos o dias a polícia mata alguns jovens moradores de favelas. O pior dos casos tem repercussão local. Existe o Amarildo, mas é muito raro, um assim. A situação é muito pior.

C.P. — Você estava naquele baile em que a polícia invadiu a Chatuba.

V.R. — Sim, e o pior é que todo o mundo sabia que haveria um problema, que o caveirão iria vir. Naquele dia, parece…

C.P. — Foi a PMERJ?

V.R. — Foi. […] Bem, vamos dizer assim. Naquele dia parece que o arrego não foi pago, e todos os novinhos ao redor do baile diziam: “hoje, não sei, vai vir caveirão”. Mas o baile encheu como sempre, e é isso que deixa perceber a força e a importância visceral do Funk para a juventude do Rio. Porque ao fim e ao cabo todo o mundo arrisca a vida por seu baile. A celebração, o ritual do baile, é tão importante que chega a ser religiosa. É um rito social de tamanha relevância que aceitamos arriscar a vida.

Vincent Rosenblatt: DJ Byano e o Chatubão Digital na madrugada de domingo, 27 de setembro de 2009

As três únicas fotos explicitamente sinistras do acervo publicado de Vincent Rosenblatt foram tomadas no baile da Chatuba na madrugada de domingo, 27 de setembro de 2009, após a invasão da PMERJ: acima, o DJ Byano diante do que restou de sua equipe, o Chatubão Digital.

E chegou o caveirão, chegou a polícia. O barulho dos tiros criou o pânico. Porque o movimento resistiu e o caveirão não conseguiu subir a ladeira. Imagine cinco mil pessoas correndo de uma direção a outra. Havia uma saída afunilada do outro lado. Todo o mundo pisoteado, a equipe derrubada. Caixas caem em cima de uma moça, que fica presa lá. E o baile, completamente lotado, torna-se um mar de sapatos femininos, manchas de sangue no chão, a mesa do DJ pisoteada, CDs esparramados respingados de sangue. Por milagre ninguém morreu, ninguém. A moça que ficou presa debaixo do equipamento teve apenas um ferimento no pé. Eu estava no palco, fotografava dançarinas, quando ele voou sob pressão desse mar humano. Virou e ficou apoiado nas caixas de som. Fiquei embaixo. As dançarinas estavam bem. Foi um milagre.

Mas o pior provavelmente tenha sido no Chapadão. Uma semana depois, novamente por uma história de arrego, a polícia vem e destrói o baile do Chapadão, com caveirão que consegue chegar até a equipe de som, se joga contra ela, rouba a mesa do DJ. Ouvi claramente os bandidos dizerem, quando souberam que o caveirão estava na ladeira, que ninguém trocaria tiros com a polícia pois havia muitas crianças. E meteram o pé. Ficamos nós e as crianças. Lembro ter-me abrigado num bar, e optamos por não fechar a grade para mostrar que não havia nada. Mesmo assim, quem arriscava colocar a cabeça para fora, era rajada de tiros. Jogaram uma bomba de efeito moral, gás de pimenta lá dentro: gente vomitando, jovens chorando. Durou um bom tempo, com o barulho terrível do caveirão a se jogar contra a equipe de som. Uma cena de guerra.

Eu vivi como turista o que os jovens de favela vivem a vida toda. Imagine construir sua identidade, sua personalidade em cima desse tipo de evento, que pode acontecer todo o dia, não só no baile funk, mas na favela. Isso é marcante. Demorei um bom tempo para voltar aos bailes. Repito: vivi duas vezes na pele o que os funkeiros e os moradores das favelas vivem toda uma vida desde a infância. Um gostinho da realidade.

C.P. — Voltando ao baile da Chatuba, como era a organização musical? As apresentações dos MCs se entremeavam com as montagens do Byano?

V.R. — Tinha a Pitbull e o Chatubão. Alternavam sets Byano e Napô, principalmente. Os MCs tinham hora para cantar e subiam ao palco. Houve gravação de DVD, que nunca deve ter sido publicado porque foi justamente no dia do caveirão. Havia dias de festival, com muitos MCs, e dias só de baile, com MC que nem subia ao palco, mas ficava à mesa do DJ. Dependia da programação, como qualquer baile. O MC costumava vir quando tinha lançamento ou música estourada. O baile em si era Byano e Napô a se dividir nos trabalhos: a Pitbull alternando-se, em harmonia, com o Chatubão.

E uma coisa muito importante, do Byano, ao começar os trabalhos: há gente que reza, gente que tem uma fala. E o Byano tinha este bordão genial. Lançava a abertura da equipe e seu “Pau no cu do mundo!” Aquilo resumia bem a Chatuba. Era outro país, onde tínhamos a liberdade de ser quem somos: ser funkeiro, ser da Penha, ser favelado, sermos nós mesmos. E foda-se o resto. “Pau no cu do mundo!” Tenho saudades do bordão do Byano. Era a bandeira dos piratas, o sinal da liberdade que desfrutaríamos naquela noite.

 

Vincent Rosenblatt, autorretrato em Miami Beach, 7 de dezembro de 2014.

 


* A transcrição é livre. Quem prefira a autenticidade oral à ficção do estilo poderá saltar diretamente para o registro da conversa, ao final do texto, com os beeps de praxe, requisitados pelo entrevistado em vista da situação por ele descrita.

 

FOTO: A equipe Pitbull no baile da Chatuba domingo, 9 de agosto de 2009 © Vincent Rosenblatt / Agência Olhares